De acordo com o Banco Central, em 2025, o Pix alcançou recordes de uso, tornando-se o método de pagamento mais utilizado no país e aumentando sua aceitação em igrejas e comunidades de fé.
Por
Izael Nascimento
• Publicado em 03/11/2025 às 15h59
• Atualizado em 03/11/2025 às 16h02
A utilização do Pix nas igrejas brasileiras revolucionou a maneira como as ofertas e dízimos são realizados. Em 2025, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central registrou novos recordes — no dia 6 de junho, foram 276,7 milhões de transações, um número que reflete a popularidade desse método no dia a dia, incluindo nas cerimônias religiosas.
Líderes religiosos e tesoureiros relatam maior previsibilidade nas finanças e facilidade para registrar doações feitas pelos fiéis via celular.
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Transformações nas finanças das igrejas
Estudos e líderes religiosos indicam que o Pix aumentou a coleta de fundos em igrejas tradicionais e independentes, permitindo doações rápidas sem a necessidade de dinheiro em espécie. Além das cerimônias presenciais, as contribuições ocorrem durante transmissões ao vivo e campanhas específicas, utilizando QR Codes direcionados para ações sociais, missões e construção. Essa segmentação facilita o controle financeiro e a transparência nas prestações de contas aos membros.
Uma inovação significativa é o lançamento do Pix Automático em 2025, que possibilita autorizar doações periódicas — como dízimos mensais — com um único consentimento.
O Banco Central e o mercado esperam que esse recurso de recorrência incentive doações regulares, especialmente de fiéis que não utilizam cartões de crédito. Guias técnicos do BC preveem QR Codes “compostos” para incluir informações de recorrência.
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Como implementar no templo (passo a passo)
— abrir ou habilitar uma conta bancária da igreja capaz de receber Pix e cadastrar chaves institucionais (CNPJ, e-mail funcional, telefone do ministério).
— gerar um QR Code estático para doações gerais e um QR Code dinâmico para campanhas específicas; em eventos com grande público, é recomendado o uso do dinâmico em telões e materiais oficiais.
— exibir, no momento da confirmação, o nome correto do recebedor (CNPJ da igreja) e instruir os fiéis a verificar essas informações.
— automatizar a emissão de recibos e a conciliação: integrar extratos Pix ao sistema financeiro do terceiro setor ou planilha de tesouraria; categorizar centros de custo (missões, assistência social, manutenção).
— para doações recorrentes, considerar o uso do Pix Automático quando disponível no banco da igreja.
Segurança: o que observar
O Banco Central tem aprimorado sua proteção contra fraudes e a devolução de valores. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) facilita o estorno quando há comprovação de fraude; desde outubro, o BC bloqueou chaves Pix usadas em fraudes, reduzindo assim a reincidência.
Para igrejas e fiéis, seguir boas práticas é crucial: verificar o nome do recebedor no aplicativo antes de concluir o pagamento, evitar QR Codes impressos que podem ser adulterados e priorizar códigos exibidos em telões ou materiais oficiais. Bancos e órgãos de apoio recomendam, sempre, checar as informações antes de confirmar.
Custos e tarifas: o que a igreja precisa saber
Conforme o Banco Central, pessoas físicas não pagam tarifas para enviar ou receber Pix, com algumas exceções. Já as pessoas jurídicas (contas em nome da igreja) podem ser tarifadas pelos bancos tanto no envio quanto no recebimento — a cobrança é permitida e varia de acordo com a instituição. Microempreendedores e empresários individuais costumam seguir a política de pessoas físicas. Vale a pena comparar tarifas e negociar condições com a instituição financeira antes de optar pelo Pix.
Impacto prático para a comunidade de fé
— Maior conveniência: fiéis podem fazer doações mesmo sem dinheiro em mãos; cultos online mantêm a arrecadação.
— Transparência e controle: a identificação do recebedor, o histórico digital e os recibos facilitam auditorias e prestações de contas.
— Planejamento: com o Pix Automático, a tesouraria pode prever entradas recorrentes e organizar melhor os compromissos financeiros (aluguel, projetos sociais, manutenção).
Boas práticas
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Utilize apenas canais oficiais (aplicativo do banco; QR Code fornecido pela igreja).
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Oriente os fiéis a verificar o nome/CNPJ do recebedor antes de realizar o pagamento.
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Prefira o QR Code dinâmico em campanhas e evite etiquetas soltas em bancos ou cadeiras.
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Estabeleça um procedimento claro para emissão de recibos e mantenha a contabilidade organizada por projetos.
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Em caso de suspeita de fraude, contate o banco através do MED imediatamente e registre uma ocorrência.

