Ché Ahn, pastor e autor de 69 anos, fundador da Igreja Harvest Rock em Pasadena, declarou sua candidatura ao governo da Califórnia, alegando ter recebido uma orientação espiritual para isso. Ele afirmou que sua decisão resultou de uma experiência intensa de oração e um sentimento de missão cristã voltada para a transformação do estado.
Ahn relatou que, em 28 de abril, às 2h22 da manhã, teve um “encontro com o Espírito Santo” que o levou a considerar a candidatura. “Quando percebi o que Deus estava me pedindo, pensei: ‘Por favor, Deus, não isso'”, contou. Em seguida, pediu uma confirmação: “Orei dizendo: ‘Senhor, se isso é de Ti, que eu receba um convite do presidente Trump para a Casa Branca’.”
Poucos dias depois, Ahn afirmou ter recebido um convite oficial da Casa Branca, considerado por ele uma resposta divina. “Quando li o e-mail, pensei: ‘OK, Senhor, estou dentro'”, revelou.
Nascido na Coreia do Sul após a guerra, Ahn imigrou com sua família para os Estados Unidos ainda na infância, em busca de uma vida melhor. Ele destacou que, apesar dos desafios, a família manteve uma fé robusta.
Após completar seus estudos no Seminário Teológico Fuller, fundou em 1994, junto com sua esposa Sue Ahn, a Harvest Rock Church, que se expandiu para a Harvest International Ministry (HIM) — uma rede presente em mais de 70 países.
Valores bíblicos
Entre os pré-candidatos republicanos disputando o cargo atualmente ocupado por Gavin Newsom, Ahn se destaca ao afirmar que sua campanha é guiada por uma “visão de mundo bíblica”. “Não precisamos apenas de mais um político, mas de alguém que traga a perspectiva de Deus — Seus mandamentos, Seus caminhos e Sua justiça”, afirmou, citando Provérbios 14:34: “A justiça exalta uma nação”.
Ele acredita que as principais crises da Califórnia, como desigualdade econômica, falta de moradia e criminalidade, têm raízes espirituais. “Precisamos de um avivamento. Fui salvo durante o movimento Jesus People e sinto que devo ser um catalisador de avivamento e reforma na Califórnia”, disse.
Críticas à gestão atual
O pastor atribui parte do declínio econômico e social do estado à liderança de Gavin Newsom, ressaltando seus 24 anos de influência na política californiana. “A situação piorou nesse período”, avaliou. Ele criticou o aumento do custo de vida e as políticas ambientais restritivas que, segundo ele, afetam negativamente a economia. “Pagamos os impostos mais altos, gasolina cara e energia elevada. Temos grandes reservas de petróleo no Condado de Kern, mas estão fechadas devido a políticas extremas”, declarou.
Ahn defende “políticas sensatas”, como queimadas controladas para prevenir incêndios florestais e reformas nos processos ambientais que, segundo ele, travam projetos de infraestrutura e dessalinização.
A questão da representatividade também foi abordada por Ahn. “Mais da metade dos californianos são pessoas de cor. Quero pedir ao povo da Califórnia que dê uma oportunidade a um pastor — e a um pastor negro”, afirmou. Ele ressaltou que não se refere a “diversidade, equidade e inclusão”, mas sim à necessidade de uma voz e representatividade real: “Posso ser uma voz que reflita o povo deste estado”.
Histórico de confronto político
Durante a pandemia de COVID-19, Ahn se destacou ao processar o governador Newsom por suas restrições a cultos religiosos, obtendo uma vitória judicial considerada histórica por defensores da liberdade de culto. Ele afirma que deseja restaurar os direitos dos pais, fortalecer pequenas empresas e defender a liberdade religiosa.
“O que acontece na Califórnia influencia o mundo. Se houver um renascimento espiritual em Hollywood, isso poderá impactar toda a nação”, disse.
Confiança no chamado
Embora os democratas tenham significativa vantagem — com quase dois eleitores registrados para cada republicano — e os republicanos não vencem uma eleição estadual há duas décadas, Ahn reafirma sua determinação de seguir o que considera um chamado divino. “Não recebi uma promessa de que vou ganhar”, admitiu. “Mas estou completamente comprometido em vencer, porque a influência da Califórnia vale a luta.”
Encerrando sua declaração ao The Christian Post, Ahn expressou esperança e fé quanto ao futuro: “Os melhores dias da Califórnia ainda estão por vir”.

