Ministério Público de Minas Gerais decide arquivar inquérito que investigava o pastor Mário de Oliveira
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) decidiu arquivar o inquérito referente ao pastor Mário de Oliveira, líder nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), após concluir que não existem provas suficientes para embasar quaisquer acusações criminais.
O processo estava sob a jurisdição da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e do Tribunal do Júri da Comarca de Montes Claros (MG), com o número 0037770-78.2025.8.13.0433.
A decisão foi assinada pelo promotor Daniel Lessa Costa e aprovada pelo juiz Fábio Santos Costa.
O conteúdo continua após o anúncio 👇
As alegações que originaram a investigação
O inquérito foi instaurado em 2024 após uma mulher, identificada como Ellen Bianca Soares Rabelo, afirmar que, quando era menor de idade, há mais de 20 anos, teria sido vítima de abusos sexuais cometidos por Mário de Oliveira e que, anos depois, recebeu ameaças.
Em seu depoimento à Polícia Civil, a denunciante alegou que, recentemente, recebeu uma mensagem de um suposto pastor, que afirmou estar atuando “a mando do chefe”, referindo-se ao líder da IEQ.
Entretanto, o Ministério Público enfatizou que nenhuma dessas mensagens foi apresentada e que não houve comprovação de autoria, materialidade ou evidências concretas que sustentassem a denúncia.
O conteúdo continua após o anúncio 👇
“Esgotada a produção probatória, não foi possível demonstrar a materialidade delitiva”, afirmou o promotor Daniel Lessa Costa no parecer de arquivamento.
O documento também ressaltou que as testemunhas ouvidas não apresentaram provas diretas, limitando-se a relatar percepções e suposições.
Decisão judicial e arquivamento final
Com base no parecer do MPMG, o juiz Fábio Santos Costa determinou o arquivamento do processo.
Na decisão, o magistrado destacou que não havia elementos mínimos para abrir uma ação penal, reforçando que a única conduta recente atribuída ao investigado era a suposta mensagem mencionada, sem qualquer documentação comprobatória.
“Encerradas as investigações, não foi possível reunir elementos probatórios suficientes que indicassem autoria e materialidade do delito”, escreveu o juiz em sua decisão.
O despacho também determinou o fechamento do inquérito, a notificação das partes envolvidas e a destruição de quaisquer objetos apreendidos durante a apuração.
Repercussão nas redes sociais
Antes mesmo da decisão, o caso já atraía atenção nacional.
Em outubro de 2025, uma mulher que se apresenta como ex-esposa de um ex-pastor da Quadrangular publicou vídeos nas redes sociais dizendo que algumas denúncias contra Mário de Oliveira teriam sido fabricadas.
Nas gravações, que alcançaram milhares de visualizações, ela exibe supostas mensagens e áudios e afirma que houve manipulação com objetivos políticos e financeiros.
As postagens reacenderam o debate sobre responsabilidade na divulgação de denúncias e o impacto das fake news em comunidades religiosas.
A decisão de arquivamento repercutiu entre pastores e fiéis da Igreja do Evangelho Quadrangular.
Em nota interna, líderes da denominação reafirmaram a importância de “não julgar antes do tempo” e confiar nas instituições.
O teólogo e pastor João Carlos Ramos, ouvido pelo O Fuxico Gospel, comentou:
“O caso ilustra como um julgamento apressado pode prejudicar reputações e dividir o povo de Deus. A Bíblia ensina a examinar tudo e reter o que é bom.”
Posicionamento da Igreja
Em resposta à reportagem, a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) reiterou sua confiança na Justiça, afirmando que “a verdade prevaleceria com o tempo”.
O O Fuxico Gospel continua aberto a manifestações adicionais da instituição e das partes envolvidas.
As informações foram extraídas de documentos oficiais do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e decisões judiciais do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Os dados foram verificados nos autos nº 0037770-78.2025.8.13.0433.
Solicitações de correção ou direito de resposta podem ser enviadas para contato@ofuxicogospel.com.br.
