A filiação de um assessor e do filho do líder da Assembleia de Deus em Alagoas evidencia a influência do capital religioso na política local e gera debate sobre os limites entre a Igreja e os partidos.
Por Redação • Publicado em 28/10/2025 às 08h52
A adesão de Gunnar Nunes ao Progressistas (PP), formalizada nesta segunda-feira (27) em Maceió, representa um movimento que transcende apenas a entrada em um novo partido. Gunnar é filho do pastor José Orisvaldo Nunes de Lima, presidente da Assembleia de Deus em Alagoas, uma denominação com grande influência social no estado.
Esse aspecto biográfico é crucial, pois esclarece parte do poder político que acompanha o novo filiado e ajuda a entender por que o evento atraiu lideranças do Congresso e da Assembleia Legislativa.
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O evento ocorreu no Ritz Hotel Lagoa da Anta, com a presença do presidente da Câmara e líder do PP em Alagoas, Arthur Lira, além de parlamentares como Marx Beltrão, Delegado Fábio Costa e Mesaque Padilha.
Pastores e líderes da Assembleia de Deus também marcaram presença, incluindo o pastor José Orisvaldo. Assim, o ato reuniu partido, base parlamentar e representantes da alta hierarquia da igreja — um cenário que, embora familiar no cotidiano político, reabre discussões sobre o uso do capital religioso como alavanca eleitoral.
Atualmente, Gunnar é chefe de gabinete do deputado estadual Mesaque Padilha e atua na comunicação da Assembleia de Deus. Em sua fala durante a solenidade, ele destacou que pretende promover “valores cristãos” e a “liberdade religiosa” em Brasília.
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As perspectivas para 2026 indicam sua candidatura a uma vaga de deputado federal. Para seus aliados, o sobrenome Nunes e a posição de seu pai na hierarquia eclesiástica oferecem um diferencial na mobilização, especialmente entre fiéis que veem a participação política como uma extensão de sua atuação comunitária.
A presença do pastor-presidente na primeira fila da filiação carrega um peso simbólico. Na prática, indica que Gunnar não se junta ao PP como um membro isolado, mas respaldado por uma rede de relacionamentos edificada no púlpito, nas congregações e nos projetos sociais da igreja. Trata-se de um ativo significativo em disputas proporcionais, onde visibilidade e a capacidade de atingir microterritórios são essenciais.

