Diretor da Portas Abertas denuncia o silêncio da Igreja diante da perseguição global

A Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial (WEA) abordou um tema urgente: a perseguição aos cristãos. O alerta foi feito por Joshua Williams, diretor de Serviços para a África da Portas Abertas Internacional, que pediu oração, arrependimento e solidariedade por aqueles que sofrem por sua fé.

Em sua apresentação, Williams compartilhou relatos de fiéis que enfrentam violência e deslocamento em regiões onde declarar a fé em Cristo representa um risco à vida. Durante um painel sobre a perseguição de mulheres, ele descreveu atos de brutalidade extrema: “É um verdadeiro horror. Quando uma aldeia ataca meninas e mulheres, mantendo-as presas e as agredindo repetidamente, o que elas enfrentam é inimaginável”.

Segundo Williams, muitas sobreviventes, ao retornarem às suas comunidades, enfrentam estigma e rejeição. “Essas jovens voltam com filhos do Boko Haram, e essas crianças crescem marcadas. Mas essas mulheres merecem nosso respeito — são verdadeiras guerreiras da fé,” afirmou.

Dimensões da Perseguição

O representante enfatizou que a perseguição “não ocorre em um canto isolado”, mas abrange “da Somália à costa ocidental da África, na Ásia e em várias outras áreas”. Citando dados de 2024, relatou que 35 dos 121 conflitos mundiais registrados se concentram na África, onde 45 milhões de pessoas estão deslocadas, incluindo 16 milhões de cristãos. “São irmãos e irmãs vivendo em condições terríveis, a maioria mulheres e crianças,” disse.

Williams também observou que, enquanto o mundo se concentra em crises como Gaza e Ucrânia, existem “mais de 121 conflitos ativos em todo o planeta”, com 21 milhões de deslocados internos apenas neste ano.

Convocação ao Arrependimento

Inspirado pela passagem de Gênesis 4 sobre Caim e Abel, Williams lembrou que “o sangue de Abel clamou a Deus por justiça”, ligando essa história ao sofrimento atual dos cristãos perseguidos. “O sangue de centenas de milhares clama a Deus. E nos perguntamos: onde está a Igreja? Onde está o povo de Deus?”, questionou.

Ele ressaltou que a resposta começa com arrependimento e confissão, citando Neemias e Esdras como líderes bíblicos que se humilharam diante do Senhor em tempos de crise. Mencionando Esdras 9, destacou: “Ao saber da infidelidade do povo, rasgou suas vestes e orou: ‘Nossos pecados são maiores do que nossas cabeças’.”

Williams declarou: “Estou orando por um reavivamento de arrependimento na Igreja e em nossas nações. Essa mensagem só poderá ser proclamada através de oração e jejum”.

Oração pela África

O representante anunciou o lançamento da iniciativa “África, Levanta-te”, idealizada por igrejas africanas em parceria com a Portas Abertas. O movimento convida os fiéis a orar pelos cristãos perseguidos, não só no continente, mas em mais de 55 países. “Há um chamado global ao povo de Deus — não para silenciar ou ignorar, mas para se levantar e orar,” declarou, segundo o The Christian Post.

Apesar da grave situação, Williams finalizou sua mensagem com uma nota de esperança, citando Mateus 16:18: “Apesar de todos esses desafios, Jesus disse: ‘Edificarei a minha Igreja’. E Ele continuará a fazê-lo. Louvado seja o Senhor.”

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