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No último domingo, 2 de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que está considerando enviar tropas ou realizar ataques aéreos na Nigéria, caso o governo local não ponha fim ao que ele chamou de “massacres de cristãos” no país africano.
“Estão matando um grande número de cristãos na Nigéria… Não podemos permitir que isso continue”, declarou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, enquanto retornava a Washington após um fim de semana na Flórida.
Trump acrescentou que “poderiam ser tropas em terra ou outras ações”, afirmando que “imagina muitas possibilidades” para conter a violência. Essa declaração foi feita poucos dias após a Nigéria ser novamente incluída na lista dos “Países de Preocupação Especial” dos EUA em relação à liberdade religiosa, que também abrange China, Myanmar, Coreia do Norte, Rússia e Paquistão.
Reação das autoridades nigerianas
Autoridades na Nigéria manifestaram abertura para a cooperação internacional, mas ressaltaram a importância de respeitar a soberania do país. “Nossa integridade territorial precisa ser reconhecida”, afirmou Daniel Bwala, assessor do presidente Bola Tinubu.
Bwala expressou ceticismo quanto à literalidade das declarações de Trump e mostrou confiança de que, por meio de diálogo, os dois países podem encontrar uma maneira conjunta de enfrentar o terrorismo.
A Nigéria, o país mais populoso da África, com mais de 200 milhões de habitantes, possui uma rica diversidade étnica e religiosa. O norte é majoritariamente muçulmano, enquanto o sul é predominantemente cristão.
Contexto da violência
Grupos armados como Boko Haram e o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) têm promovido ataques há mais de 15 anos, especialmente no nordeste muçulmano do país. Embora alguns atentados sejam descritos como direcionados a cristãos, investigações mostram que muitas das vítimas também são muçulmanas.
“O governo não discrimina tribos ou religiões no combate à insegurança. Não existe genocídio cristão na Nigéria”, afirmou Bwala em entrevista a veículos locais.
O presidente Tinubu, muçulmano casado com uma pastora cristã, busca um equilíbrio nas nomeações para o governo e as Forças Armadas. Em 26 de outubro, ele nomeou um cristão para o cargo de chefe da Defesa Nacional.
Dados e análises
Segundo o grupo ACLED (Armed Conflict Location & Event Data Project), dos 1.923 ataques contra civis registrados neste ano, apenas 50 foram confirmados como motivados por razões religiosas contra cristãos.
“A violência dos insurgentes islâmicos aparece frequentemente como uma guerra contra cristãos, mas na prática, destrói comunidades inteiras e é indiscriminada”, destacou Ladd Serwat, analista sênior da ACLED.
Especialistas em segurança advertiram que qualquer intervenção americana exigiria coordenação com o Exército nigeriano e enfrentaria desafios logísticos por conta da extensão territorial e dispersão dos grupos armados. Em 2024, os Estados Unidos retiraram suas tropas do Níger, o que, segundo analistas, complicaria uma nova operação.
Apoio local
A retórica de Trump sobre a Nigéria se intensificou com o aumento da violência em áreas rurais e urbanas do centro e nordeste do país. Nessas regiões, há frequentes confrontos entre pastores muçulmanos e agricultores cristãos por acesso a terras e recursos, além de sequestros em massa por quadrilhas criminosas.
Enquanto o debate sobre uma possível intervenção americana ganha força, parte da população cristã apoia a ideia. “Se Donald Trump diz que quer intervir, devem fazê-lo; não há nada de errado nisso”, disse Juliet Sur, empresária de Abuja, em entrevista à Reuters.
Investigações
Trump também pediu aos representantes Riley Moore e Tom Cole, juntamente com o Comitê de Apropriações da Câmara dos Representantes, que realizem uma investigação urgente e apresentem um relatório detalhado sobre a situação.
Segundo a organização Portas Abertas, cerca de 70% dos cristãos assassinados por causa da fé em 2024 foram mortos na Nigéria. As principais ações violentas são atribuídas ao Boko Haram, à Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e a milícias fulani.
Esses grupos atacam aldeias, queimam igrejas e forçam deslocamentos em massa nas regiões norte e central do país. O embaixador para a Liberdade Religiosa Internacional, Mark Walker, afirmou que entre 4.000 e 8.000 cristãos são mortos anualmente na Nigéria. “O governo nigeriano precisa ser muito mais proativo diante dessa crise”, declarou Walker.
Pastor pede a Trump para intervir contra genocídio de cristãos na Nigéria

